sexta-feira, abril 08, 2016

Literatura Fantástica Brasileira: Cópia de Lixo É Lixo

Existe na literatura brasileira contemporânea um segmento literário que congrega escritores deslumbrados, simplórios e que possivelmente existem em maior número do que seus próprios leitores. Trata-se do segmento literário de histórias fantásticas.

Infelizmente a maioria dos escritores desse segmento jamais leu qualquer coisa que não fosse Tolkien, Stephen King, Rowling, C.S. Lewis, complementados por filmes americanos do gênero. Normalmente escrevem mal, sem o menor cuidado com a linguagem, ambientam suas histórias copiando seus ídolos estrangeiros e desconhecem os preceitos básicos da dramaturgia.

Ora, foram inundados com essas histórias, desde tenra idade, por uma avalanche de marketing sob todas as formas de mídia. Por isso mesmo, temos que conferir-lhes o benefício da dúvida. Ou seja, são inocentes.

Todo autor deve ter a liberdade de escrever sobre aquilo que quiser e consequentemente também pagar o preço das suas escolhas. Mas a opção de imitar outras culturas em vez de procurar em suas próprias origens alternativas para sair da mesmice é uma escolha que não fará com que suas obras deixem de ser subsidiárias, sem nada acrescentar ao lugar comum internacional existente.

Não quero dizer que um autor brasileiro não possa ambientar sua história em outro país, ainda que me pareca esdrúxulo a escolha de nomes estrangeiros para os personagens, mas o fato é que esta escolha acontece porque jamais tiveram em suas mãos um Machado de Assis, José Lins do Rego ou até outros autores mais contemporâneos como Clarice Lispector. Jamais leram os clássicos, mesmo considerando que o cânone literário de uma nação é uma convenção histórico-literária geralmente arbitrária.

Em suma, o segmento literário fantástico no Brasil é uma cópia remendada do que se produz nos EUA e na Europa e em que pese uma ou outra exceção (não se pode julgar pelas exceções) que consegue um lugar ao sol, na sua maioria, se é que podemos denominá-los como tal, são escritores medíocres, com tramas igualmente bizarras e banais.

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